Flores para Algernon | o Sci-Fi sensível de Daniel Keyes – Aline

   Falaê galera, tudo bem? Hoje estou aqui para falar de Sci-Fi do bom, sobretudo, do último livro que li este ano. Vencedor do prêmio Nebula, inspiração para o filme Os dois mundos de Charly e publicado este ano pela Editora Aleph, Flores para Algernon deveria ser leitura obrigatória para todas as pessoas do mundo, independente do QI.

   Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual severa, é selecionado para ser o primeiro humano a passar pelo procedimento de ‘aumento de QI’. O experimento é um avanço científico sem precedentes, e a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que o planejaram. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até o papel de sua existência. Delicado, profundo e comovente, Flores para Algernon é um clássico da literatura norte-americana. A obra venceu o prêmio Nebula e inspirou o filme Os Dois Mundos de Charly, ganhador do Oscar de Melhor Ator, um musical na Broadway e homenagens e referências em diversas mídias.

   Vem aqui pensar um pouco comigo; Charlie Gordon é um homem de 36 anos,com o QI de 68, trabalhador, porém com limitações enormes, ainda assim, se esforçando para aprender e buscando isso nas aulas que faz num centro para adultos retardados três vezes na semana após o expediente na padaria, onde ele varre e faz algumas entregas, se analisarmos bem, todos nós, assim como Charlie iriamos querer aumentar nosso QI e sabendo que um experimento poderia tornar o seu sonho real, provavelmente a maioria de nós aceitaríamos ser cobaia nesse experimento, principalmente quando se leva em consideração que Charlie era um homem solitário. Ele não tinha nada a perder. Mas, será que não tinha mesmo?!

   Charlie era um homem sem maldade, o que muitos chamam de ignorante e por isso, acreditava cegamente nas pessoas, ignorância essa que ele vai perdendo com o passar dos dias após o procedimento. Ele está se tornando inteligente e ao mesmo tempo, assustando as pessoas que conviviam outrora com ele, e quanto mais ele se torna inteligente, mais a ficha cai de que as pessoas não eram realmente aquilo que ele acreditava ser. Sendo assim, Charlie está só. Ele permanece só.

   Ele Começa a entender que a inteligência vai além de leitura e escrita perfeita, inclusive a escrita é o fator mais marcante na mudança de Charlie neste livro, afinal, a narrativa se dá através de Relatórios de Progresso, escritos por ele para que, concluída a experiência, possa-se mensurar o quanto de avanço houve na inteligência de Charlie. Inteligência esta testada em laboratório, onde ele conhece Algernon, um rato de laboratório que passou pela mesma experiência que ele, e que, por algum tempo, compete com Charlie em um labirinto.

   Observar o quanto ser humano é frágil e mesquinho faz o coração doer. E essa dor Daniel Keyes soube fazer-nos passar. Apesar da escrita leve e simples, o livro carrega consigo um peso enorme, e conhecer passado e presente de Charlie Gordon é muito triste – não dá pra ler este livro e não se questionar acerca do capacitismo intelectual e acredito que por isso ele foi adotado em diversas escolas nos EUA.

Depois de lê-lo, você jamais vai ver as pessoas do mesmo jeito, e é por isso que você deve ler! O NerdSpeaking Indica.

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