Fala, meu povo! Finalmente a temporada nova de The Boys terminou, e agora podemos afirmar que esse segundo ano da série é também o seu apogeu, com direito a muita bizarrice para ninguém botar defeito.
Já falei das minhas expectativas para a temporada como um todo após conferir os três primeiros episódios desse novo ano, que chegaram juntos à plataforma da Amazon Prime Video, e até o fim da temporada, foi adicionado um novo episódio por semana. Isso gerou revolta de muitos fãs de The Boys, mas por um lado serviu para deixar o espectador ansioso pelo que viria por aí. Nesse sentido, acredito que tenha sido uma escolha arriscada, mas certeira, uma vez que os ganchos que cada episódio deixa são – em sua maioria – muito bem aproveitados, apesar de determinados arcos não serem tão desenvolvidos como mereciam.
Após os três primeiros episódios, tivemos uma “estabilização” da temporada, no que diz respeito à forma como os protagonistas lidam com a ameaça de Stormfront/Tempesta (Aya Cash) e, paralelamente, suas tramas individuais. Para começar, temos o relacionamento entre a Annie January/Starlight (Erin Moriarthy) e Hugh Campbell (Jack Quaid), que apesar de passar a sensação de perigo que os dois correm, com medo de serem pegos pela Vought, acaba não fazendo tanta diferença, embora os dois atores sejam ótimos e tenham boa química… fica parecendo um romance adolescente, em alguns momentos, tomando espaço de desenvolvimento de outros arcos. Em compensação, temos uma Maeve com muito mais presença, uma participação maior da Mallory, a “mentora” de Bruto, e um desenvolvimento satisfatório de Ryan, filho do Capitão Pátria. Isso sem falar nas cenas absurdas que arrancam gargalhadas na hora errada (como na imagem abaixo)
Pois bem, visto a forma como a primeira temporada acabou e a forma como esse novo ano começou para The Boys, o que menos esperávamos era um romance teen, e o que interessa mesmo é o rumo que a “guerra” entre os Rapazes e os Sete travam durante oito episódios. Nesse sentido, embora alguns arcos individuais tenham perdido sua força ao longo da temporada, o resultado é extremamente positivo, e temos um bom equilíbrio entre as cenas mais violentas e as tramas paralelas.
O mais legal é que essa segunda temporada praticamente já nasceu seguida da confirmação do terceiro ano e, dessa forma, esperávamos que 2020 fosse na verdade a preparação do terreno para o que ainda vem por aí… e no fim das contas é isso que acontece, mas não se engane! A temporada deixa perguntas para serem respondidas, e também arcos que faltam ser fechados, mas isso não quer dizer que tenhamos um segundo ano bastante divertido e insano, como merece!
Tudo que já apreciamos na primeira temporada está presente aqui, desde a violência extrema até o humor ácido (como na cena do manicômio no sexto episódio). Mesmo quem já pegou a onda do seriado na temporada de estreia, acaba se surpreendendo com o rumo que determinadas coisas têm nesse ano dois, pois parece que a galera não tem limites, mesmo! Ou será que tem?!
Faço essa pergunta por conta de uma cena envolvendo o Capitão Pátria (Antony Starr) realizando um massacre, fruto de sua imaginação fértil, mas que poderia muito bem ter acontecido, se considerarmos as atitudes do herói/vilão. E quando a Tempesta entra em cena, o negócio fica ainda mais sério… Embora ela tenha roubado a cena e representando o preconceito e a forma como influenciadores usam o discurso de ódio para manipular as massas e, dessa forma, criar um exército.
Sim, poderíamos ter mais elementos dos quadrinhos, como quando os Rapazes precisam usar o Composto V com frequência para combater os Supers, algo que faz parte das HQs. Aqui, eles contam apenas com a “sorte” e as habilidades de espionagem de Billy Bruto (Karl Urban), e no fim das contas, o resultado acaba sendo bem divertido. De pontos negativos, temos a jornada de “redenção” do Profundo/Deep, que acaba do mesmo jeito que começou (mesmo com a bizarra – e hilária – cena das guelras); e também o fato de Kimiko (Karen Fukuhara) passar um bom tempo perdida após uma tragédia provocada por Tempesta.
Tudo bem que ela recupera o fôlego no último episódio e entrega a melhor cena da série, mas os produtores poderiam ter feito mais por ela no meio da temporada. Outro ponto é a participação do Facho de Luz, pois apesar da piada interna envolvendo a escalação do ex-Iceman Shawn Ashman interpretando um personagem piromaníaco, ficamos apenas com uma cena memorável do personagem, que poderia acrescentar muito mais. Ah! E o Terror (o buldogue do Billy) também aparece, mas é uma participação pequena.
E, obviamente, temos ganchos para a terceira temporada… que embora represente o início de um novo ciclo na vida dos personagens principais, visto que mudanças significativas ocorreram aqui. Personagens como Victoria Neuman, Stan Edgar (interpretado magistralmente por Giancarlo Esposito, mostrando que é o verdadeiro vilão da história) e o Black Noir ainda estão cercados de mistérios que devem ser explorados ano que vem. Até mesmo o Billy Bruto deve surpreender, devido a forma como exploramos sua família e o fechamento de um ciclo de sua vida.
Considerações finais
A segunda temporada de The Boys está no mesmo nível da primeira, ou talvez um pouco acima desta, uma vez que aqui já estamos familiarizados com o terreno que pisamos. Assim, o ritmo desse novo ano também colabora para que nossa experiência seja o mais divertida possível, e ao mesmo tempo analisamos as criticas sociais presentes nas entrelinhas. Agora, é só esperar por mais novidades, por que já teremos Soldier Boy no ano três… e certamente novos personagens.