13 de Maio, a data tida como “O Dia da Abolição da Escravatura” no Brasil. Pensando nessa data, vamos refletir sobre as pessoas escravizadas que tiveram de ser resistência no Brasil. Uma data em que devemos reforçar que não existem escravos. Existem pessoas escravizadas. Por isso que falamos de Cumbe, a HQ nacional de Marcelo D’Salete, nos sensibilizando através das histórias de quilombo.
Oficialmente, foi no dia 13 de maio que foi sancionada a Lei áurea, assinada pela Princesa Isabel, sob pressão de um mundo que há um tempo já não via o mesmo lucro com o tráfico negreiro – sobretudo quando a população negra não era uma força renovável. É claro que a data não significou que a escravidão acabou no Brasil – nem há 140 anos atrás, nem agora. E é até fácil falar dessa abolição, e mesmo dos escravos e escravas, quando não pensamos neles e nelas como gente. “São só escravos, escravas”. Povo escravizado. Pessoas escravizadas. ✊🏿✊🏾✊🏽
É pensando nisso, nessas pessoas, que hoje indicamos a HQ nacional – CUMBE, de Marcelo D’Salete! Uma história em quadrinhos protagonizada por negros escravizados no Brasil, e a sua luta contra a servidão e escravidão. Cumbe significa “Sol. Dia. Lua e fogo, e a maneira de compreender a vida e o mundo”, em seu sentido Banto. Cumbe também significa quilombo. 🏹
Na leitura dos quadrinhos “Cumbe”, viajamos através de várias histórias e olhares de personagens negros e negras, na época da resistência a escravidão. Lembrando dos diversos levantes de sobrevivência, fuga e persistência negra, que tanto tentaram se libertar da escravidão e falharam… Mas sem nunca deixar de luzir. Sem nunca deixar de ser quilombo.
Uma forte leitura através das lentes do mestre em história da arte, professor e quadrinista Marcelo, que traz, além da sua visão de homem negro, estudos, e vivências da negritude aquilombada, ou seja, da negritude em resistência contra o poder branco. Um poder nocivo plantado no Brasil ainda em nosso passado escravagista, e que permeia o nosso hoje.
Cumbe, a históa em quadrinhos de 2014, é um olhar para trás, em nosso passado, e nos negros e negras que resistiram, sobreviveram e nos trouxeram até aqui, e um mergulho em suas vidas — Bem além de “escravos/escravas”; é gente. Gente escravizada. O NerdSpeaking recomenda. 👊🏾👊🏽👊🏿