Hoje, ainda no clima Dia Nacional das Artes, que ocorreu no dia 12 de agosto, precisamos falar sobre quem a arte que salva. O texto de hoje é direcionado a arte que se torna acessível e meio de inclusão seja através do audiovisual ou terapia.
Se você é uma pessoa antenada como eu (ironia minha, tá? Sou meio desligada) deve saber que o Twitter, um dia desses, subiu a #implementaADnetflixbrasil , onde Ad é a audiodescrição que consiste em inserir acessibilidade para pessoas com deficiência visual, e que estas sejam incluídas num meio social. Aí você para e se pergunta: Ué, A Netflix Brasil não oferece esse suporte ainda? Pelos relatos de usuários do Twitter, não oferece ainda não.
Agora vejamos, a plataforma paga ainda não oferece acesso para todos, e é preciso pensar que passamos pelo iluminismo, por revoluções, pela Semana de Arte moderna, modernismo, tropicália, AI-5, MPB, novos baianos, novo MPB… e a censura. Além desta última estar para nossas orientações,também está para uns, sobre acesso.
O caminho para arte pode vir de uma mulher, lá em 1940! Quando ninguém acreditava e desacreditava em pacientes portadores de doenças mentais, Nise da Silveira se recusou a usar os tratamentos de choques que eram padrão na década, e assim a psiquiatra acabou salvando seus pacientes através da arte terapia. A gente não fala muito disso, né?! Mas a luta anti-manicomial existe até hoje, então apoie!
A arte salvou o teatro novo por exemplo, e temos um projeto criado há mais de 20 anos pelo psicólogo Rubens Emerick, com a inclusão de atores com deficiência intelectual (síndrome de Down) a fim de ajudar no processo de desenvolvimento dos participantes. As peças são criadas por eles e encenadas por eles.
A arte salva, mas o acesso a ela não abrange a todos, é preciso pensar nisto, a arte que te toca subjetivamente, precisa chegar ao seu colega com deficiência, fazer arte e exercer a arte é também lembrar que não estamos sós, ela é companhia que vive e resiste, para um todo.
Imagem destacada: iPGEX