O aguardado desfecho da nova trilogia de Star Wars chega aos cinemas, e podemos conferir que rumo tomou essa nova história desenvolvida após a compra da Lucas Film pela Walt Disney, evento de 2012. The Rise of Skywalker, “o Grand finale” dessa nova leva de filmes, vale a pena, ou é mais do mesmo?
A nova trama começa pouco após The Last Jedi e acompanha Rey com seu treinamento Jedi, demonstrando uma grande conexão com a Força, gerando um poder incomum. Paralelamente, temos a Primeira Ordem buscando acabar com a Resistência de uma vez por todas, com Kylo Ren – agora o Líder Supremo – indo até às últimas consequências para conseguir esse feito. Há também o retorno inesperado de um poderoso inimigo que pode mudar o rumo das coisas!
Esse é o plot do filme, e pode ser aplicado muito bem em um “capítulo final” de uma saga/franquia, gerando algo épico em proporções jamais vistas nos filmes anteriores de tal série, mas no caso de Star Wars, o negócio é diferente, pois estamos falando de uma franquia com mais de quarenta anos de idade. Isso quer dizer que, ainda que esse filme se esforce em agradar tanto os fãs mais antigos quanto uma nova geração, à essa altura, não há nada que o espectador não tenha visto antes. É como se o resultado já estivesse sido automaticamente satisfatório, porém não por mérito próprio, visto o legado que carrega.
Dessa forma, o nono capítulo desta franquia extremamente lucrativa é algo que os fãs já esperavam para ver, e de fato ele cumpre a missão de encerrar a saga de forma positiva, mas eu não diria necessariamente digno de ser um “capítulo final”, pelo fato de nós já termos visto isso antes, e com mais impacto. Quem me conhece sabe que eu defendo a existência dessa nova trilogia, visto que achei uma ótima ideia, e ainda que The Rise of Skywalker não seja um mero entretenimento descartável – eu diria o contrário, aliás – porém, a essa altura do campeonato não há mais nada na trama principal de Star Wars que possa surpreender o público pela inovação.
Muito bom, mas nada novo sob o sol; The Rise of Skywalker entrega um remix do que já foi feito no universo SW. |
Não me entendam mal, uma vez que temos muita coisa legal nesse novo capítulo, mas não podemos chamar essa nova leva de filmes da franquia de inovadora, visto sua longevidade e o que já testemunhamos acontecer com a família Skywalker desde 1977. Então, a Disney busca apostar em uma “passagem de bastão” para novos personagens e abordar pautas que refletem os dias atuais, como a inclusão e o empoderamento feminino, por exemplo. E, nesse quesito, eles se saíram muito bem, visto que isso dá uma nova cara para Star Wars para uma nova geração que não havia acompanhado os filmes anteriores. Isso pode até combinar com a expressão “tirar leite de pedra”, de forma que a produtora tenha consciência do potencial lucrativo desses novos capítulos. Porém, fiquei com a sensação de que a fonte secou faz tempo, o que justifica a falta de criatividade neste episódio IX.
Dentre os elementos que contribuem para essa ideia, temos a inegável diferença entre este e o capítulo anterior, – The Last Jedi – que buscava algo fora da caixinha, levando a franquia para uma nova direção, ainda que seja um rumo arriscado, mas com uma experiência bem sucedida. Imagine que, após a polêmica causada pelo filme de 2017, o estúdio tenha se redimido e decide fazer do último filme um encerramento que “conserte” os supostos erros anteriores e encerre a franquia da forma que merece. O grande problema é que, no meu ponto de vista, The last Jedi poderia ser o marco de um novo caminho trilhado pela saga, e ao assistir The Rise of Skywalker, vemos basicamente os produtores dando meia volta e seguindo pela mesma estrada anterior, que já está ficando marcada pelo tempo.
Mas isso quer dizer que o filme seja ruim?
De forma alguma! Temos aqui um capítulo que contribui para Star Wars de forma positiva, com os elementos característicos da saga ainda presentes, como os já esperados efeitos especiais dignos de Oscar; um elenco poderoso que nos cativa com seus personagens; além dos pontos marcantes da franquia, como os tradicionais fan services e
easter eggs enaltecendo a trilogia clássica, somados à magnífica trilha sonora que faz os fãs arrepiarem da cabeça aos pés.
Quanto ao elenco, eu diria que esse foi o maior mérito dessa “nova trilogia”, que apesar de, no fim das contas, chover no molhado, ao menos não faz isso de forma despretensiosa, preocupando-se em desenvolver seus personagens, alguns deles complexos – especialmente a Rey de Daisy Ridley e o Poe Dameron de Oscar Isaac – ganhando o destaque merecido e o carinho dos fãs mais antigos de Star Wars. A direção de atores é extremamente competente, e eles carregam o Episódio IX nas costas!
easter eggs enaltecendo a trilogia clássica, somados à magnífica trilha sonora que faz os fãs arrepiarem da cabeça aos pés.
Quanto ao elenco, eu diria que esse foi o maior mérito dessa “nova trilogia”, que apesar de, no fim das contas, chover no molhado, ao menos não faz isso de forma despretensiosa, preocupando-se em desenvolver seus personagens, alguns deles complexos – especialmente a Rey de Daisy Ridley e o Poe Dameron de Oscar Isaac – ganhando o destaque merecido e o carinho dos fãs mais antigos de Star Wars. A direção de atores é extremamente competente, e eles carregam o Episódio IX nas costas!
Diante da já esperada produção espetacular desse novo capítulo, não há o que reclamar em aspectos técnicos e também de atuação. A missão dessa nova trilogia aparentemente foi bem sucedida, já que os três protagonistas centrais – Finn (John Boyega), Rey e Poe – possuem o carisma para ilustrar a franquia e carregar com honra o nome Star Wars. Eu diria que os personagens ganham mais espaço ainda por aqui, revisitando incógnitas na trama de alguns deles e corrigindo a dosagem da Força no que se encontrava de questionável anteriormente. A saga de Rey e Kylo Ren, ainda interpretado de forma brilhante por Adam Driver finalmente chega ao fim, e é exatamente o que esperávamos, com o desempenho dos personagens já trilhando o rumo que nós aguardávamos desde 2015. De fato, os sabres de luz da franquia têm novos donos, e a Força é poderosa neles!
Considerações finais
The Rise of Skywalker não é um dos melhores filmes de 2019, mas isso não o torna um filme menos importante,
visto que é (mais um) desfecho dessa longeva franquia, que ao que parece a Disney não irá deixar descansar em paz. Vai levar um bom tempo até que Star Wars saia dos planos a curto prazo do estúdio e, dessa forma, nos resta aguardar e torcer para que os possíveis vindouros projetos não maculem a saga nos cinemas. Está buscando o já esperado final dessa nova trama? Então fique peixe, já que o Episódio IX irá preencher essa lacuna, mas não garanto que será da forma mais épica possível, pois tinha potencial para ser algo ainda maior.
visto que é (mais um) desfecho dessa longeva franquia, que ao que parece a Disney não irá deixar descansar em paz. Vai levar um bom tempo até que Star Wars saia dos planos a curto prazo do estúdio e, dessa forma, nos resta aguardar e torcer para que os possíveis vindouros projetos não maculem a saga nos cinemas. Está buscando o já esperado final dessa nova trama? Então fique peixe, já que o Episódio IX irá preencher essa lacuna, mas não garanto que será da forma mais épica possível, pois tinha potencial para ser algo ainda maior.