Dia 17 de outubro é comemorado o dia da música popular brasileira, e parece que a MPB da década de 80 perdura até hoje, os tempos não parecem mudar… De um lado este carnaval, do outro a fome total…
Oh minha honey baby, seria cômico se não fosse trágico escrever esse texto em meio a uma pandemia, que no Brasil aumentou a fome de muitos e encheu o bolso de poucos. Com o fim da Ditadura no país, ficamos com estilhaços de músicas, cinema e arte. As pessoas desta época que não faziam parte de uma elite massiva ficaram calejadas e marcadas pelo período branco que não trouxe paz e sim, cegueira.
E então chegamos ao termo marginalizado, da arte marginalizada ao cinema marginal… Ora, já pensou Gilberto Gil e Caetano, marginais? Seria o mesmo sentido atribuído aqueles em que classe média gosta de escantear? O discurso destes que tratam como estorvo uma minoria que é maioria marcou um movimento, e hoje os outros aplaudem os que cantam sobre uma época de cale-se.
A fome e a violência foram expostas através do cinema marginal e pelo tropicalismo, através de obras daqueles que tentavam driblar o silenciador AI-5, o que fez com que Hélio Oiticica escreve-se em uma de suas obras ”o seu heroico silêncio” uma obra-homenagem sobre um assaltante que foi procurado e morto pela polícia em 1966.
O que a crítica chamou de estética, eu chamo de realidade, o manifesto que foi a tropicália e as demais artes, são uma ponta para a inegável vida dos que vivem a margem da sociedade. É preciso lembrar que assim como outros artistas, Gil e Caetano foram exilados, torturados e foram marginalizados, a elite que exalta uns, não percebe os outros.
Viva a MPB marginal, para aqueles que vivem procurando uma sociedade alternativa.
Aqui é @asteriscogirl e para não perder o costume: toca Raul!