Finalmente o Rei Leão de John Favreau chegou aos cinemas, e de cara gerou um grande furdúncio entre nerds e fãs da clássica animação de 1994! Mas afinal, o que essencialmente muda, depois de mais de duas décadas que dividem o desenho clássico da animação hiper-realista?
Rei Leão é certamente o filme que os fãs da Disney mais aguardavam ansiosa e nervosamente! O remake de uma das mais clássicas animações da história – numa ambiciosa proposta de fazer animais próximos (DEMAIS) do realismo realmente pode ter assustado os mais céticos e afastado os mais nostálgicos. E de fato, a repercussão que o ‘novo’ longa da Disney teve até agora deixa um sabor agridoce na boca dos fãs, que queriam algo renovado na animação, ao mesmo tempo que queria que o clássico permanecesse – um verdadeiro paradoxo!
Talvez eu tenha acabado pendendo mais para o lado que comprou a ideia do ‘renovo nostálgico’ da Disney, sabendo que a aventura se repetiria, mas ainda assim, ansioso e muito curioso por essa repetição; Perceba que todos os ‘live-actions’ e remakes da Disney até então seguem o mesmo padrão de tentar manter ao máximo as histórias clássicas em seus novos produtos, e com Rei Leão seria muito difícil de ser diferente…
… E de fato não foi! Mas ainda assim, uma nuvem de dúvidas pairava sob as cabeças do público, que temia um filme frio demais, ou falso demais, ou ‘esquisito’, pela audaciosa proposta de trazer animações realísticas demais para serem digeridas. Perceba, aliás, que as mais fortes críticas negativas ao filme giram em torno desse realismo, que parece ter afastado parte dos fãs por “parecer Nat Geo demais”, ou por não ter aquele contorno fofo e único para cada personagem.
E esse é o grande bloqueio que esse filme – diferente de todos os outros remakes da Disney tem que enfrentar: Regravar músicas, reescalar dublagens originais e ‘assinadas’, entregar uma África mais realista e menos (BEM MENOS) estereotipada, enquanto que mantém a sua magia nas telas.
Esse bloqueio é ultrapassado?
Talvez. ainda tem um impressionante número de pessoas completamente devastadas e decepcionadas que a proposta realista do Rei Leão de Favreau seja realista demais, mas acredito que na verdade o filme seja grandioso justamente por conta desse hiper-realismo, e desses incríveis gráficos impressos ali. É emocionante poder ter acompanhado o Rei Leão de antes, vivido aquela história bem mais lúdica e bem mais fantasiosa e infantil, e poder ter uma versão atualizada, realista e tão bonita com esse remake. Bem além de ser um grande filme, Rei Leão 2019 é uma grande amostra de onde já chegamos com o nosso cinema – e o quão longe já caminhamos!
Posso falar sem medo de errar que Rei Leão é a produção mais ambiciosa e mais incrível dos últimos tempos. Talvez o seu grande defeito seja também um defeito calculado – quase esperado; Não dá para repetir uma fórmula de cinema feita há mais de duas décadas para um novo público, acostumado com uma outra velocidade e um outro desenvolvimento. Muito do que sabemos e conhecemos de nosso cinema já mudou, não é mais o mesmo – especialmente o seu ritmo.
Não é a linguagem ou o texto em si, mas a forma que constrói-se a jornada do herói do jovem Simba, que tem uma alongada origem, uma recusa e aceitação veloz, e uma redenção relâmpago! Talvez tenha sido este o maior desafio de John e sua equipe ao adaptar não só a história, como também sua velocidade.
O PASSO A PASSO DA JORNADA DO HERÓI.
– Can you feel the love tonight?
Pouco tenho a falar da dublagem, que impecavelmente, entrega uma versão atualizada que a gente não sabia que queria, mas adorou receber! Donald Glover traz sua aveludada voz e já experiente com atuação de forma tão natural, que facilmente se mistura dentro da trama! Timão e pumba também são muito bem representados pela dupla Seth Rogen e Billy Eichner. James Earl Jones, nosso velho e clássico Mufasa traz aquela sensação de que estamos realmente conectados a animação clássica, e Chiwetel Ejiofor traz o escárnio e o cinismo de Scar com perfeição!
Beyoncé, por fim, traz sua linda voz para as clássicas músicas do Rei Leão e incorpora poderosas novas canções à trama! Talvez ela seja também o ponto um tanto quanto desencaixado na animação, por ser indubitavelmente a Beyoncé, e por tanto sempre que fala, conseguimos pensar nela, e não em Nala. É óbvio que nem sua dublagem ou sua atuação são ruins, mas talvez por Beyoncé ser um ícone do pop tão presente em nosso mundo, a sua voz acaba distraindo, e nos trazendo de volta para fora da ficção e fantasia do Rei Leão.
Vale a Pena Assistir?
Vale, e vale muito! É claro que o realismo pode ser muita informação, e até crie certa resistência de quem vêm acompanhando a franquia há muito tempo, e talvez o fato de “já sabermos o que vai acontecer” atrapalhe o fã antigo ainda mais, mas mesmo assim, Rei Leão é um marco histórico em produção, hiper-realismo e uma história de jornada do herói simples, mas que chama atenção. Acredito fortemente que NENHUMA obra é grande demais ou intocável a ponto de não estarem aptas para uma releitura, uma nova versão. Rei Leão é grande exemplo disso, mostrando que dá para segurar fãs antigos na nostalgia, e encantar novos públicos nessa renovação!
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