Desde o início da arte de se fazer cinema, os vampiros foram amplamente explorados como criaturas malignas e notívagas que procuram vítimas para se alimentar de seu sangue e possuem uma série de hábitos extravagantes, bem como aversão a crucifixos, alho, entre outros elementos. Neste filme neozelandês, dirigido e estrelado por Taika Waititi (Thor: Ragnarok) e Jemaine Clement (Flight of the Conchords), isso não é diferente, porém se empregando uma abordagem um tanto quanto original e bem humorada desses seres terríveis.
A história se passa na capital da Nova Zelândia, Wellington, centrada na vida de 4 vampiros: Viago, Vladislav, Deacon e Petyr (inspirado no Nosferatu), sendo o pseudodocumentário o gênero empregado, também visto em obras como “The Office” (UK e US) ou “A Bruxa de Blair”. O filme se inicia muito bem, sendo bem objetivo na descrição de cada personagem e suas histórias passadas, afinal, nenhum deles possui menos de 150 anos de idade. A construção do terror voltado pro lado cômico é interessante, com um teor igualmente sangrento e bizarro (mas não tanto). É legal ver também a relação deles com o mundo atual, visto que são seres antigos e que se vestem e se portam da mesma maneira que eles faziam quando ainda eram vivos, ou seja, antes de serem mordidos. Porém nem tudo são flores…
O roteiro em si é abundante em originalidade, mas peca na falta de ritmo e sentido na parte final do filme; Tudo acontece de maneira meio desordenada, uma série de eventos confusos levando para diferentes objetivos, guiando até um “final sem um fim”. A presença de uma personagem em particular, ao meu ver, foi rodeada de expectativa da importância que ela teria na trama, mas que no final das contas provou-se ser apenas uma peça irrisória e mal aproveitada.
“O que Fazemos nas Sombras” funciona dentro da sua proposta de divertir o público com um humor simples, porém eficiente, aplicado numa obra bizarra e boa o suficiente para prender a sua atenção. Como já foi discorrido nesse texto, os problemas se concentram mais na parte final do filme, não comprometendo a obra em si, mas apenas frustrando um pouco o público que se interessou e se empolgou com as partes iniciais da trama.
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