“O estímulo necessário para o riso não é uma piada, mas outra pessoa”, escreve o especialista em risadas Robert R. Provine, professor emérito da Universidade de Maryland, em um artigo na Current Directions in Psychological Science. A Cultura, a sociedade, o espaço-tempo em que se localiza a piada deve, portanto, ser levado em consideração para analisar o porquê dessas risadas. Uma das piadas que mais me chamou atenção em “The Good Place” foi a piada presente no episódio “Dilema do Bonde”, da segunda temporada (S02E06).
Por exemplo, esses pesquisadores testaram suas ideias em experimentos. Em um deles, os voluntários leram duas versões de uma piada: uma descrição da empresa alimentícia Jimmy Dean usando um rabino como porta-voz de uma nova linha de produtos de carne de porco, ou Jimmy Dean contratando um fazendeiro como porta-voz. Os participantes estavam mais propensos a rir ao ler a situação que envolvia a violação moral – do rabino promover carne de porco – ao pensar que era “errado” em comparação com a outra versão da piada. Ou seja, muitas vezes, contextos com disrupção de regras são cenários propícios a risadas.
Essa pesquisa evidencia também por que os filmes de comédia tendem a ter mais sucesso em sua cultura de origem. As formas com que essas violações podem ser benignas são distintas de cultura para cultura.
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