A gente sabe muito bem que Hollywood embarca nessa onda de refilmagens por mera questão mercadológica, buscando lucrar, e alguns produtores não se aprofundam o suficiente na mitologia da história para entregar algo que homenageia a obra original e ao mesmo tempo atrair um novo público. Por conta dessa amostra, alguns fãs têm preconceitos com remakes de seus clássicos favoritos antes mesmo de conferir o resultado. Nessa lista, temos alguns exemplares que irão provar para você que é possível fazer uma boa refilmagem de horror!
O filme A hora do espanto, lançado em 1985 e dirigido por Tom Holland (não é o miaranha, okay?), é um dos grandes clássicos lançados naquele período, abordando o vampirismo em uma trama que mistura horror com comédia para adolescentes. Na história, acompanhamos Charlie Brewster, um jovem que descobre que seu novo vizinho, o sedutor Jerry Dandridge (Chris Sarandon) é, na verdade, um perigoso vampiro. E tem mais: o sujeito passa a perseguir Charlie, sua mãe e seus amigos. Brewster busca a ajuda do veterano ator de filmes de terror Peter Vincent (Roddy McDowell, de Planeta dos Macacos) para deter a criatura.
O original é quase uma paródia sobre vampiros, e capricha muito nos efeitos práticos, ainda que alguns encontram-se um tanto datados hoje em dia, atraindo mais risos do que metendo medo. Porém, ainda assim, a essência de um clássico dos anos 1980 está aí!
CGI, mas isso era praticamente inevitável nos dias de hoje.
Na história desse reboot, temos um grupo de jovens que vai passar um fim de semana na casa de campo de um deles, localizada em Cristal Lake. Paralelamente, um rapaz também chega à cidade em busca de sua irmã que desapareceu no local, sem saber que ela e seus amigos foram vítimas de Jason Voorhees. Esses dois núcleos
irão se conectar quando precisam escapar dali com vida.
O objetivo nunca foi “inovar” o subgênero slasher com esse filme, mas sim fazer um tributo aos “dias de glória” da franquia Sexta-Feira 13, mas isso não impediu que o diretor Marcus Nispel e o produtor Michael Bay explorassem melhor o Jason, que aparece ora com o famoso “saco na cabeça” (homenagem à Parte II) e depois com a máscara de hóquei. Derek Mears dá vida ao Jason mais brutal já apresentado até aqui, e seu modus operandi é mais explorado, com ele agindo como um caçador, elaborando armadilhas caprichadas e agindo durante o dia. Isso é algo que foi visto nos filmes antigos, mas nunca nesse nível. Ah! E o filme é bem violento, ao gosto dos fãs do torture porn, ainda que na medida certa, tudo feito com efeitos
práticos old school!
Rob Zombie é um diretor um tanto superestimado, em minha opinião, porém ele comandou um dos meus filmes de terror favoritos: Rejeitados pelo Diabo. Isso me interessou na época que ele foi escolhido para dirigir o remake de Halloween, o clássico de 1978 dirigido por John Carpenter. O resultado, no mínimo, divide opiniões, e eu sinceramente entendo os dois lados dessa história, embora essa refilmagem se saia muito bem ao adaptar a história para os anos 2000, na pegada dos filmes produzidos naquela época, e causou certo impacto.
Para quem não lembra, a história aborda Michael Myers, que é confinado em um manicômio ainda criança por assassinar sua irmã adolescente na noite de Halloween. Na instituição, ele é supervisionado pelo psiquiatra Dr. Loomis. Passados mais de quinze anos, Myers escapa e parte para a cidade de Haddonfield, onde pretende terminar o que começou.
Essa história é apenas a ponta do iceberg, visto que no original, o brinquedo ganha vida após um criminoso praticante de vodu transferir sua alma para ele, quando estava sendo perseguido pela polícia, e é o espírito desse serial killer que faz o boneco sair matando geral; na refilmagem, o boneco é um produto da Kaslan Corporation, e serve como um robô com inteligência artificial. O problema é que ele é um produto defeituoso (como se já não bastasse o visual), já que sua programação foi propositadamente alterada. Não se engane pela trama que pode parecer no sense! Apesar da premissa um tanto absurda – aqui, o Chucky não só passa a ter vontade própria como também consegue controlar outros produtos da Kaslan – o filme é bem divertido!
O interessante é que o Chucky aqui é mais “inocente”, e ele vai desenvolvendo seus hábitos após aprender involuntariamente com o Andy, que faz parte da sociedade de consumo. Devido à premissa, temos mortes mais criativas e uma trama que dialoga com a dependência que a sociedade tem com a tecnologia. Faz um esforço para ignorar o visual tosco do boneco e entra na vibe!
Arte da capa: Wallpaper Abyss