Um clássico herói que atravessou gerações, cujo filme completa esse mês exatos oito anos. Estou falando de The Spirit! Por isso que hoje convido você para a nossa mais nova série – presentinho antecipado de natal para falar sobre os clássicos heróis e heroínas: A série HERÓIS DO TEMPO!
Se você é nerd e está nesse meio há um bom tempo, você certamente já deve ter experimentado aquela dor perfurante ao ver alguma obra que você realmente ama ser adaptada para outra mídia. Já deve ter visto algo que você ama sofrer uma adaptação monstruosamente defeituosa e destrutiva, que pode até ser seu gatilho do rumo ao esquecimento (Dragon Ball Evolution que o diga)…
Pois é nerds, resolvi trazer esse post hoje para falar sobre o clássico herói urbano – The Spirit (Ou em português, Espírito), um verdadeiro herói do tempo, criado na década de 1940 (mais especificamente falando no dia 2 de junho) pelo grande mestre Will Eisner (Ao Coração da Tempestade, Um Contrato com Deus). Um quadrinho distribuída nos suplementos dominicais, com um pedaço dedicado só para ele, chamado The Spirit Section. A produção do Espírito foi continuada entre os anos de 1960 e 1980 pela editora Harvey Comics. Nos anos 90 e 2000 as HQs foram produzidas pela DC Comics, com autorias de novos artistas.
As comics, que contavam a história do jovem policial Denny Colt – Assassinado, enterrado, ressuscitado, e agora combatente do crime novamente – Misturavam um humor sombrio e até satírico, com gêneros de horror e suspense, crime, drama e mistério, e fez muito sucesso durante a sua carreira de mais de 60 anos de publicações em diários dominicais, HQs solo e afins…. Mas eis que é chegado o fatídico ano de 2008, mais especificamente dia 25 de dezembro de 2008 – Dois anos após a morte de Will Eisner.
The Spirit chega aos cinemas no natal de 2008 com a direção do mestre desenhista e roteirista Frank Miller (Demolidor; Batman: O Cavaleiro das Trevas) e atuação de Gabriel Macht (Denny Colt), Eva Mendes (Sand Saref), Samuel L. Jackson (Polvo), Scarlett Johansson (Silken Floss) – um cast de peso, mas que não foi o suficiente para levantar o filme de seu próprio fracasso; A crítica especializada deu míseros 14% de aprovação (Rotten Tomatoes), 30/100 de rating (Metacritic) e recepção negativa do público geral.
As críticas principais à adaptação envolvem o desempenho falho dos atores, que tiveram que atuar em grande parte do tempo com fundos verdes, cenários invisíveis e muita, mas muita computação gráfica. Além disso, houveram grandes falhas de Frank Miller em conciliar ‘o espírito’ noir em ‘The Spirit’ com o humor leve e divertido, clássico do personagem original. Sendo assim o filme terminou listado pela Empire Magazine como o 32º pior filme de todos os tempos.
Foi uma adaptação pecaminosa aos olhos das obras originais, que seguiam a filosofia de Eisner, que era TOTALMENTE contra super poderes e o uso de armas pelo personagem, fatos que foram esquecidos ou ignorados na adaptação fílmica. É mais um daqueles clássicos casos de quando o dinheiro fala mais alto que a qualidade.
O filme quase conseguiu destruir o legado do Espírito, mas no ano de 2015 os direitos do herói foram vendidos para Dynamite Entertainment que logo lançou a história “Who Killed the Spirit?”, por Matt Wagner, permitindo que o herói continuasse vagando pelas comics, apesar da queda. Hoje ‘The Spirit’ vive e continua contando histórias por conta de seu grande legado com Will Eisner, e até os dias atuais é possível encontrar as clássicas comics sendo revendidas em edições especiais de aniversário!
Então é isso nerds, esse é mais um caso de adaptações monstruosas que quase destroem o legado da vida de uma pessoa, de um quadrinho. Mas esses clássicos não podem ser apagados… Estes são os Heróis do Tempo!