Skinamarink, experimentação e espaços liminares. Um horror lento e confuso. Mas que tem seu brilho, um potencial cru, sobre o tema de espaços liminares, que tanto ganhou força na internet durante a pandemia.

Por Joegrafia – Negro. Comunicador e Radialista. Editor, roteirista e fundador do NerdSpeaking. 🎙
Seguimos na limpa daquela lista de filmes que ficam eternamente pendurados para depois! Desta vez, chego nesta produção que nasceu num curta, durante a pandemia, e chegou em sua forma de longa-metragem em 2022. Estou falando do silencioso e estranhamente assustador Skinamarink! Eis um pouco de seu plot:
No terror de Kyle Edward Ball (primeiro filme dele!) acompanhamos duas crianças, que no ano de 1995, procuram pelo pai em sua casa escura. Acontece que enquanto procuram, sem sucesso de encontrá-lo, as janelas e portas da casa começam a sumir, e eventos sobrenaturais começam a acontecer dentro daquele lugar, que já não mais é um lar.
Skinamarink brinca com a percepção de realidade, misturada com as vagas informações que distribui aqui e ali. Mas é lento. Muito lento. Vago e escuro também. Se você não estiver completamente focado, talvez não haja imersão, já que, por vezes, é silencioso demais, barulhento demais, muito granulado, pouco luminoso… Experimental.
O longa parece beber muito de uma época de confinamento, de pandemia, mas também de uma subcultura que, mesmo nesta época de pandemia, explorou os vazios, espaços liminares, entre o que é real e ficcional. Por vezes, me lembrei dos contos dos ‘Backrooms’ e dos espaços-vivos que se alteram, assustam e incomodam o que acreditamos ser real.
Achei um bom conceito, mas difícil de assistir, satisfazer. É claro que, após 10 minutos de silêncio, um grito irá me assustar. Não foi o que apareceu na tela nem a construção do momento que me assustaram. Mas, por vezes, é muito bonito, curioso também. Skinamarink tem lampejos do que poderia vir a ser, mas não foi. Brincando com os espaços liminares, transformando uma casa num lugar que parece gigante. Nos confundindo entre o que é real, ilusão, imaginação.
Skinamarink parece mesmo o terror infantil de uma criança, que tateia no escuro de sua própria casa e imagina o que pode estar no escuro. Procurando por seus pais, enquanto perdem acesso ao mundo exterior, encontram algo além. Tudo isso dentro de sua própria casa. Tudo isso dentro de suas próprias cabeças.
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